quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Imóveis encalhados freiam alta dos preços
 
por Guilherme Yoshida
 
Embora o setor imobiliário tenha conseguido reduzir a quantidade do seu estoque nos últimos meses, os imóveis encalhados podem ainda contribuir para quem está no momento da compra da casa própria.
 
Isso porque as empresas, com o objetivo de fazer essa “desova”, se viram obrigadas a privilegiar a venda dos estoques, o que tem causado uma diminuição da alta nos valores das propriedades.
 
“Os preços ainda sofrerão aumento, mas não crescerão na velocidade que já ocorreu. Em contrapartida, também não vamos chegar a ver uma queda porque vivemos sob um regime de inflação”, alerta João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo Imobiliário da Escola Politécnica da USP.
 
Para os especialistas, o aumento das promoções nas vendas (que serviria para estimular a compra dos estoques) e a redução no número de lançamentos é apenas um reflexo do mercado à realidade de demanda.
 
Estoques podem contribuir para os valores não sofrerem grandes reajustes (Fotos:Divulgação)
 
Segundo o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, o volume dos imóveis encalhados tem caído constantemente mesmo com o desaquecimento da economia.
 
“Para a indústria, nunca é bom acumular reserva. É preciso pagar condomínio, manutenção, além de o imóvel se deteriorar com o passar do tempo. Porém, atualmente, temos cerca de 14.000 unidades estocadas em São Paulo. É um volume historicamente normal”, aponta.
 
Para melhorar esse cenário, os profissionais do ramo apontam que, além do crédito farto e dos longos prazos de pagamento, o governo poderia também reduzir os impostos sobre os investimentos produtivos para incentivar a industrialização do setor.
 
“O entrave está na produtividade das empresas”, explica Emílio Fugazza, diretor financeiro e de relações com investidores da Eztec.
 
A empresa destoa do mercado imobiliário em geral e acumula atualmente “apenas” 1.644 unidades de estoque.
 
“Mas vale a pena fazer uma promoção para acabar com esse pouco que sobrou”, finaliza Fugazza.

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